De janeiro a dezembro de 2014, os casos de dengue registrados no país apresentam uma redução de 59,5%, em comparação ao mesmo período de 2013. Foram 1,4 milhão de casos em 2013 contra 587,8 mil em 2014. A região Sudeste apresentou maior queda (66,1%), passando de 918.2 mil, em 2013, para 310.8 mil, em 2014. A região Sul registrou a segunda maior redução de casos, de 66,9 mil -em 2013 - para 24,2 mil, em 2014, o que representa 63,8%. Em seguida, se destacam as regiões Centro-Oeste (57%) - com 265,4, em 2013, e 114 mil, em 2014 -; e Nordeste, com queda de 41,1% - de 152,3 mil para 89,6 mil. Na região Norte, os casos se mantiveram estáveis, com 49,1 mil em 2014. Foram 434 casos a menos, na comparação com o ano passado.

Os óbitos por dengue também apresentaram redução em 2014. Neste ano, foram 405 mortes, contra 674 confirmadas no ano passado, redução de 40%. Com início do período de chuvas, é fundamental que a população reforce as ações para a eliminação dos criadouros dos mosquitos Aedes aegypti.

Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle de chikungunya e dengue, o Ministério da Saúde irá repassar, até o final de janeiro, um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros. Os recursos são para qualificação das ações de combate aos mosquitos transmissores da dengue e da febre chikungunya, Aedes aegypti e Aedes albopictus, o que inclui vigilância epidemiológica e o aprimoramento dos planos de contingência.

No dia 6 de dezembro, o Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estudais, realizou  uma mobilização nacional contra os focos do mosquito aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue e da febre chikungunya. Para o Dia D de mobilização, o Ministério da Saúde convocou estados e municípios a realizarem mutirões de limpeza urbana e atividades para alertar os profissionais de saúde ao diagnóstico correto das doenças. O próximo mutirão está marcado para o dia 7 de fevereiro.

CHIKUNGUNYA - Até o dia 27 de dezembro, o Ministério da Saúde registrou 2.258 casos confirmados de febre chikungunya no Brasil, sendo 233 por critério laboratorial e 2.025 por critério clínico-epidemiológico. Do total, 93 casos são importados, ou seja, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.

Os outros 2.165 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão. Destes casos, chamados de autóctones, 1.146 foram registrados no município de Oiapoque (AP), 816 em Feira de Santana (BA), 198 em Riachão do Jacuípe (BA), um em Baixa Grande (BA), três no Distrito Federal e um em Campo Grande (MS).

Caracterizada a transmissão sustentada de chikungunya em uma determinada área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, o Ministério da Saúde recomenda que os demais sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico, que leva em conta fatores como: sintomas apresentados e o vínculo dele com pessoas que já contraíram a doença.

Número de casos autóctones, por unidade da federação:

Estado

Número

Amapá

1.146

Bahia

1.015

Mato Grosso do Sul

1

Distrito Federal

3

Brasil

2.165


AÇÕES - Desde que foram confirmados os casos da febre Chikungunya no Caribe, no final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de medidas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.

Também foram intensificadas as medidas de prevenção e identificação de casos. Nas regiões com registro da febre, foram constituídas equipes, composta por técnicos das secretarias locais, para orientar a busca ativa de casos suspeitos e emitir alerta às unidades de saúde e às comunidades. Para controle dos mosquitos transmissores da doença, são realizadas ações de bloqueio de casos suspeitos e eliminação de criadouros. 

PREVENÇÃO - A febre Chikungunya é uma doença causada por vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os principais vetores. Os sintomas da doença são febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema e costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da Chikungunya, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é rara, sendo menos frequente que nos casos de dengue.

Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que a população reforce as ações com foco na eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas para o controle da dengue, ou seja, verificar se a caixa d’ água está bem fechada; não acumular vasilhames no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras iniciativas deste tipo.

LIRAa -  Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde realiza o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue. O levantamento possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção. Até o momento, 1.824 municípios realizaram o LIRAa, um crescimento de 26,8% em relação aos 1.438 municípios que fizeram a pesquisa no ano passado. A pesquisa identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito.

Desde novembro do ano passado, o Ministério da Saúde e as secretarias municipais de saúde veiculam a campanha de combate à dengue e ao Chinkungunya, que tem como slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”. São divulgadas orientações à população sobre como evitar a proliferação dos mosquitos causadores das doenças e alertar sobre a gravidade das enfermidades.

DOENÇA NO MUNDO  - De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus havia sido identificado em 19 países. Porém, a partir do final de 2013, foi registrada transmissão autóctone (dentro do mesmo território) em vários países do Caribe. Em março de 2014, na República Dominicana e Haiti, sendo que, até então, só África e Ásia tinham circulação do vírus.

DENGUE - Casos notificados e óbitos  (29/12/2013 a 27/12/2014)

Região/UF

Casos

Óbitos

2013

2014

2013

2014

Norte

            49.547

       49.113

34

18

RO

             8.732

         2.042

5

2

AC

             2.568

       28.873

0

2

AM

           17.832

         6.418

11

9

RR

                945

         1.136

0

1

PA

             9.166

         4.771

9

3

AP

             1.708

         1.953

3

1

TO

             8.596

         3.920

6

0

Nordeste

         152.357

       89.635

181

12

MA

             3.588

         2.393

17

11

PI

             4.987

         7.647

2

5

CE

           30.219

       22.822

70

45

RN

           18.905

       11.167

18

17

PB

           13.466

         5.515

15

8

PE

             7.985

       10.452

37

25

AL

           11.296

       13.213

2

2

SE

                801

         2.245

2

4

BA

           61.110

       14.181

18

12

Sudeste

         918.226

    310.819

268

152

MG

          416.252

       58.927

105

44

ES

           67.995

       19.083

29

13

RJ

          213.058

         7.755

58

9

SP

          220.921

      225.054

76

86

Sul

            66.903

       24.207

28

12

PR

           66.100

       23.902

27

12

SC

                358

            139

0

0

RS

                445

            166

1

0

Centro-Oeste

         265.456

    114.041

163

94

MS

           78.958

         3.540

36

4

MT

           35.190

         7.198

27

4

GO

          139.357

       91.640

94

70

DF

           11.951

       11.663

6

16

BRASIL

     1.452.489

    587.815

674

405

 

 

Fonte: SUS

 

#JuntosSomosMaisFortes

Sexta, 09 Janeiro 2015 14:00

Hepatite C: causas e tratamentos

Hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. Na verdade, a maioria das pessoas não sabe que tem hepatite C, muitas vezes descobre através de uma doação de sangue ou pela realização de exames de rotina, ou quando aparecem os sintomas de doença avançada do fígado, o que geralmente acontece décadas depois.

 

Hepatite C é um dos três tipos mais comuns de hepatite e é considerado o pior deles.

De acordo com o Fundo Mundial para a Hepatite da Organização das Nações Unidas, cerca de 500 milhões de pessoas no mundo está infectada com os vírus para hepatite B e C, e apenas 5% delas sabem que tem a doença. No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, doença responsável por 70% das hepatites crônicas e 40% dos casos de cirrose, segundo dados do Ministério da Saúde.

 

Situações de risco são as transfusões de sangue, a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais.

Portanto, podemos nos contaminar com o vírus da Hepatite C ao termos o sangue, as mucosas ou a pele não íntegra atingida pelo sangue ou por secreção corporal de alguém portador do HCV, mesmo que ele não se saiba ou não pareça doente.

 

A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.

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Diferentemente das hepatites A e B, a grande maioria dos casos de Hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda ou, se ocorrem, são muito leves e semelhantes aos de uma gripe. Já há tratamento para a fase aguda da Hepatite C, diminuindo o risco de cronificação. Por isso pessoas suspeitas de terem sido contaminadas merecem atenção, mesmo que não apresentem sintomas.

Mais de 80% dos contaminados pelo vírus da hepatite C desenvolverão hepatite crônica e só descobrirão que tem a doença em exames por outros motivos, como por exemplo, para doação de sangue. Outros casos, aparecerem até décadas após a contaminação, através das complicações: cirrose em 20% e câncer de fígado em 20% dos casos com cirrose.

 

Você deve procurar ajuda médica se notar a incidência de qualquer sintoma descrito acima.

Anote todas as suas dúvidas e marque uma consulta com um médico de confiança. Descreva todos os seus sintomas com detalhes e responda corretamente às perguntas que ele poderá lhe fazer.

 

Veja alguns exemplos:

 

- Quando seus sintomas começaram?

- Os sintomas são frequentes ou ocasionais?

- Qual a intensidade dos sintomas?

- Você passou recentemente por uma transfusão de sangue ou por transplante de órgão?

- Você manteve relação sexual desprotegida recentemente?

- Você faz uso de drogas injetáveis?

- Você já foi diagnosticado com hepatite alguma vez?

- Há histórico de hepatite C ou outra doença relacionada ao fígado em sua família?.

 

Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose e câncer. Usa-se para esses casos o tratamento somente com interferon por 6 meses.

 

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O tratamento da Hepatite Crônica C vem alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto até há poucos anos alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% do casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vírus (Resposta Viral Sustentada). Utiliza-se uma combinação de interferon (“convencional” ou peguilado) e ribavirima, por prazos que variam de 6 a 12 meses (24 a 48 semanas). O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.

 

 

 

Pacientes mais jovens, com infecção há menos tempo, sem cirrose, com infecção pelos genótipos 2 e 3 e com menor carga viral (abaixo de 800.000 Unidades/mL) tem as melhores chances de sucesso. O novo tipo de interferon, chamado interferon peguilado ou “peg-interferon” é uma alternativa que vem alcançando resultados algo superiores aos do interferon convencional especialmente para portadores do genótipo 1 e pacientes com estágios mais avançados de fibrose na biópsia.

 

 

#JuntosSomosMaisFortes

 

 

 

Apesar de a obesidade estar normalmente relacionada com doenças cardio-vasculares ou com a diabetes, nem todos os obesos desenvolvem estas complicações. Um estudo feito por cientistas norte-americanos conclui que um quarto dos obesos está “protegido” das doenças relacionadas com o aumento de peso.

 

Os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington pediram a 20 obesos que tentassem ganhar ainda mais peso, durante alguns meses, com uma alimentação baseada em batatas fritas e hambúrgueres. Sob a supervisão de nutricionistas, os participantes foram encorajados a ingerir diariamente mais mil calorias do que o habitual, com o objectivo de aumentarem o peso em 6%.

 

Depois, os investigadores analisaram os efeitos do aumento no metabolismo de cada um. Conclusão: aqueles que, antes desta experiência, não apresentavam doenças normalmente associadas à obesidade – como resistência à insulina, colesterol alto ou pressão arterial elevada – permaneciam saudáveis mesmo depois de engordarem sete quilos. Por outro lado, as pessoas que já tinham os perfis metabólicos alterados, pioraram a sua condição com esta dieta de fast food.

 

Depois do estudo, todos os participantes foram orientados por nutricionistas para perderem o peso ganho durante a experiência e fizeram parte de um documentário da cadeia televisiva norte-americana HBO intitulado “Weight of the Nation” (O peso da nação).

Tratamento de Obesidade

 

Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do quadro saudável.

 

 

#JuntosSomosMaisFortes

Os ferimentos com agulhas e materiais perfurocortantes, em geral, são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de vinte tipos de patógenos diferentes, sendo os vírus da Imudodeficiência Humana (HIV), da Hepatite B e da Hepatite C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos.

Evitar a exposição ocupacional é o principal caminho pra prevenir a transmissão dos vírus das Hepatites B e C e o do HIV. Entretanto a imunização contra a Hepatite B e o atendimento adequado pós-exposição são componentes integrais para um programa completo de prevenção destas infecções e elementos importantes para a segurança do trabalho.

Mas, o que são infectantes perfurocortantes?

Segundo a Resolução nº 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes.

E os infectantes não perfurocortantes? Segundo a mesma Resolução, são os materiais que contenham sangue ou fluidos corpóreos. No caso das farmácias e drogarias são os algodões com sangue.

O risco de trabalhadores da área da saúde adquirirem patógenos veiculados pelo sangue já está bem documentado e demonstra que a Aids e a hepatite B e C, adquiridas de maneira ocupacional, são, hoje, um fato concreto. Este estudo retrospectivo, de natureza descritiva, realizado em um Hospital Universitário, objetivou analisar os acidentes perfurocortantes que acometeram os trabalhadores de enfermagem. Os resultados evidenciaram que, dos 398 acidentes ocupacionais notificados oficialmente, 125 (30 a 40%) foram perfurocortantes e 89 (71,20%) ocorreram entre trabalhadores de enfermagem. As situações mais freqüentes de ocorrência se deram quando da administração de medicamentos (25,78%). Concluiu-se que os trabalhadores de enfermagem foram os mais atingidos pelos acidentes ocupacionais envolvendo material perfurocortante.

Por ser uma atividade eminentemente social, o trabalho exerce um papel fundamental nas condições de vida do homem. Produz efeito positivo, quando é capaz de satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação e de colaboração dos trabalhadores. Por outro lado, ao realizá-lo, o homem expõe-se constantemente aos riscos presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir diretamente em sua condição de saúde.

O ambiente hospitalar oferece múltiplos e variados riscos aos trabalhadores da área da saúde, tais como os causados por agentes químicos, físicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos, sendo os riscos biológicos os principais geradores de periculosidade e insalubridade a esses trabalhadores.

Sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos, são materiais biológicos envolvidos na transmissão do vírus HIV. Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva (em ambientes odontológicos), são materiais de risco indeterminado para a transmissão do vírus. Exposições a estes e outros materiais potencialmente infectantes que não o sangue ou material biológico contaminado com sangue, devem ser avaliadas de forma individual. Em geral, estes materiais são considerados como de baixo risco para transmissão ocupacional do HIV.

De acordo com a Resolução, os resíduos serão classificados como:

• Grupo A (potencialmente infectantes) - que tenham presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado;

• Grupo B (químicos) - que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X;

• Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear;

• Grupo D (resíduos comuns) - qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis;

• Grupo E (perfurocortantes) - objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

No Brasil, cerca de 120 mil toneladas de lixo urbano são geradas por dia, sendo que 1% a 3% dessa quantidade é produzida nos estabelecimentos de saúde. Desse total, entre 10% a 25% representam risco à saúde. Com a destinação correta do resíduo é possível também reduzir a possibilidade de contaminação do lixo comum. “O mau gerenciamento desses resíduos pode trazer danos à saúde pública e ao meio ambiente. Cada órgão fiscalizador tem um papel essencial definido e que precisa ser reforçado”, afirma Regina Barcellos, a chefe da Unidade de Infra-estrutura. As secretarias estaduais e municipais, em conjunto com os órgãos de limpeza urbana, meio ambiente e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vão auxiliar na divulgação e na orientação dos procedimentos de controle, tornando-se necessário, num primeiro momento, o esclarecimento a todos os trabalhadores da instituição sobre o procedimento correto na ocorrência de acidentes perfurocortantes, uma vez que apenas 55,91% desses acidentes tiveram o procedimento correto.

O objetivo da medida é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes que atinjam profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.

Os resíduos perigosos são tema da Resolução RDC nº 33/03, que, antes de aprovada, foi discutida com representantes de todos os setores envolvidos, como meio ambiente, limpeza urbana, indústria farmacêutica, associações e sociedades de especialidades médicas, dentre outros.


O que fazer após a exposição acidental a material biológico?

1- Cuidados locais com a área exposta devem ser iniciados imediatamente após o acidente. Recomenda-se lavar exaustivamente o local com água e sabão, em casos de exposição percutânea. Não há evidencias reais da vantagem em se usar soluções anti-sépticas (PVP – Iodo ou Clorexidina) em substituição ao sabão. Em casos de exposições de mucosas, a lavagem deve ser feita com água ou solução fisiológica. Não utilizar éter, hipoclorito ou glutaraldeido, pois podem causar irritação local e aumentar ou mascarar a área exposta. Não efetuar cortes ou injeções locais;

2- Sendo um acidente no local de trabalho, recomenda-se procurar o Setor de Recursos Humanos ou Departamento de Pessoal para que seja feito o encaminhamento ao serviço de medicina do trabalho. Geralmente este encaminhamento é feito para serviços públicos credenciados para este tipo de atendimento através do preenchimento, pela empresa, do formulário chamado CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). A legislação atual determina que a comunicação pelas empresas privadas seja feita em no máximo 24 horas após o acidente. Nos serviços públicos, o prazo é de até 10 dias. Para os profissionais autônomos, recomenda-se contato direto com um médico do trabalho, o qual poderá orientar diretamente quais as medidas necessárias. O tempo decorrido entre o acidente e o encaminhamento deve ser o menor possível, para que a avaliação médica e a profilaxia sejam iniciadas imediatamente;

3- É ideal que o laboratório proceda imediatamente a testes sorológicos do paciente e do acidentado. Os testes rápidos (tipo “pack” ou “sabonete”) são os mais recomendados, dados a necessidade de se estabelecer o status da sorologia de ambos para o HIV e as Hepatites B e C, o qual determinará as medidas profiláticas necessárias. Testes mais detalhados devem ser realizados concomitantemente para se determinar com maior fidelidade à situação sorológica, mesmo para outras patologias. Infelizmente, nem sempre há tempo ou condições para que os exames sejam realizados no intervalo de uma a duas horas após o acidente. Nestes casos, quando existe o risco de se ultrapassar o tempo limite para inicio da profilaxia, o médico costuma adotar as condutas considerando-se o paciente-fonte como provável soro-positivo para as doenças de risco;

4- A quimioprofilaxia para o HIV costuma ser empregada baseando-se na avaliação médica criteriosa do risco de transmissão em função do tipo de acidente, da condição sorológica do paciente-fonte, do volume e tipo de material biológico envolvido. Quando indicado o uso profilático dos anti-retrovirais, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais rápido possível, dentro de uma a duas horas após o acidente. Estudos com animais demonstraram ineficácia se o tratamento for iniciado de 24 a 36 horas após a exposição. Geralmente é empregada uma combinação de AZT e Lamivudina (3TC), estando disponíveis outras combinações e esquemas alternativos quando necessário. O tratamento costuma ser empregado por um período de quatro semanas, existindo efeitos colaterais geralmente leves e transitórios controlados com outros medicamentos;

5- A profilaxia para a Hepatite B geralmente emprega Gamaglobulina Hiperimune (HBIG), aplicada via intramuscular, sendo mais eficiente se empregada dentro de 24 a 48 horas após o acidente. O status sorológico do paciente-fonte e do próprio profissional vão determinar a necessidade de sua utilização. Caso o profissional tenha sido vacinado anteriormente e tenha uma resposta imune vacinal conhecidamente adequada, geralmente não é aplicada a HBIG, mesmo que o paciente-fonte tenha HbsAg positivo. Caso o profissional acidentado não seja vacinado ou tenha resposta imune vacinal inadequada, o HBIG é empregado, principalmente se o paciente fonte tenha HbsAg positivo ou desconhecido;

6- Quanto à Hepatite C não existe nenhuma medida especifica que reduza o risco de transmissão viral após exposição ocupacional. Portanto, é apenas por meio da prevenção que tem-se como combater esta patologia. Após um acidente, o acompanhamento futuro do profissional soro-negativo par Hepatite C, anteriormente à sua exposição, é importante para caracterizar-se o acidente de trabalho e entrar com medicamentos o mais precocemente possível.


Acompanhamento do profissional acidentado:

Após um acidente ocupacional com material infectado ou proveniente de paciente-fonte desconhecido, o profissional de saúde deverá ser acompanhado por um período de seis a doze meses, pelo menos. Caso o paciente-fonte seja comprovadamente soro-negativo, para as doenças de risco, é indicado um acompanhamento de três a seis meses, para cobrir-se a possibilidade de o paciente-fonte estar no período de janela imunológica.

É ideal a avaliação clínica periódica nos dois primeiros meses, com o objetivo de detectar sinais e sintomas de infecção aguda pelo HIV, que usualmente ocorrem de três a quatro semanas após a exposição em 80% dos pacientes. A avaliação clinica associada a exames laboratoriais, permitem também a observação de efeitos adversos à quimioprofilaxia para o HIV, se esta houver sido empregada.

A sorologia para HIV deve ser realizada no momento do acidente e repetido após 6 a 12 semanas e após 6 meses. Caso tenham existido sintomas de possível infecção aguda pelo HIV nos primeiros 6 meses, história clinica prévia de deficiência imunológica ou exposição simultânea ao vírus da Hepatite C, o acompanhamento clinico e sorológico devem ser ainda mais rigorosos.

Para a Hepatite B, caso o profissional apresente imunidade vacinal anterior ao acidente, não há necesidade de acompanhamento sorológico. Caso contrario, determinar HbsAg e Anti-Hbc após seis meses se o paciente-fonte for HbsAg positivo ou desconhecido. Caso tenha sido empregada a profilaxia com HBIG, determinar também o Anti-Hbs após 12 meses.

Para a Hepatite C, caso o paciente-fonte tenha Anti-HCV positivo ou desconhecido, o profissional acidentado necessita realizar o anti-HCV no momento do acidente e após seis meses. É ideal o acompanhamento com dosagens de TGP no momento, seis semanas e seis meses após o acidente, a fim de auxiliar o diagnostico precoce de soroconversão (algumas vezes a TGP se eleva e o Anti-HCV continua dando resultados falso-negativos por um certo período). Se disponível, realizar também técnicas de Biologia Molecular (PCR) para detecção precoce da soroconversão, caso o paciente-fonte seja soro-positivo para Hepatite C.

Como existe o risco de transmissão destas patologias por via sexual, os profissionais acidentados devem ser orientados para utilizar-se de meios preventivos que evitem uma possível contaminação de seus parceiros. O uso de camisinhas é aplicável nas relações sexuais, principalmente durante o período onde não se possa descartar completamente a chance de aquisição da AIDS e das Hepatites após o acidente.


Cuidados com materiais perfuro-cortantes:

Recomendações especificas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material perfurocortante.

  1. Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
  2. Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes;
  3. As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;
  4. Não utilizar agulhas para fixar papéis;
  5. Todo material perfuro-cortante (agulhas, seringas, scalp, laminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que esterilizados, devem ser desprezados em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;
  6. Os recipientes específicos para descarte de materiais não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.

As farmácias e drogarias que realizam aplicações de injeção devem adotar alguns procedimentos básicos para garantir a segurança de seus clientes e funcionários. O manuseio dos infectantes perfuro-cortantes e não-perfurocortantes devem obedecer a um padrão.


Acidentes com perfuro-cortantes

De acordo com a situação de ocorrência dos acidentes perfurocortantes, pudemos observar que a maioria dos acidentes ocorreu quando os trabalhadores de enfermagem estavam administrando medicamentos (23,82%), seguindo-se pela administração de soroterapia (23,62%), por materiais descartados em local impróprio (7,88%), pelo descarte de materiais perfurocortantes (7,88%), por ser atingido por outro trabalhador (6,30%) e ao se reencaparem agulhas (5,51%).

Grande parte das atividades dos trabalhadores de enfermagem está concentrada na administração de medicamentos e soroterapia, atividades que envolvem a manipulação constante de agulhas e escalpes, sendo situações que mais expõem os trabalhadores ao risco de acidentes perfurocortantes.

Em relação à distribuição desses acidentes entre as outras categorias funcionais, os dados obtidos por meio das fichas de notificação do SESMT revelam que a maioria deles são ocasionados por agulhas e outros objetos perfurocortantes, descartados em locais impróprios: no leito do paciente, na mesa de cabeceira, na bandeja de medicação, no chão e no lixo comum. Esses dados evidenciam, ainda, que, entre os trabalhadores da área de apoio hospitalar, os do setor de limpeza são os que mais sofrem com os acidentes perfurocortantes. Medidas preventivas, como adequação das caixas de descarte de materiais perfurocortantes, treinamento específico que oriente os trabalhadores da área da saúde sobre os riscos biológicos e a importância da vacinação contra hepatite B, podem contribuir para a diminuição dessas ocorrências entre tais trabalhadores.

Em relação ao descarte de material perfurocortante em local impróprio, índice semelhante foi encontrado na literatura, 5,1%, e, no mesmo estudo, 65,7% dos acidentes que ocorreram nessa situação envolveram o pessoal da limpeza quando recolhiam o lixo comum.

Ressaltamos que esse tipo de procedimento acomete não só os trabalhadores de enfermagem, mas é considerado a causa principal de acidentes entre as outras categorias de trabalhadores, principalmente do serviço de limpeza, lavanderia e manutenção.

A transmissão ocupacional do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) tornou-se um grande desafio aos profissionais de Controle de Infecção Hospitalar e Saúde Ocupacional, após uma enfermeira ter desenvolvido Aids, em conseqüência de picada acidental com uma agulha que continha sangue de um paciente infectado pelo HIV, internado em um hospital da Inglaterra.

Dentre os fluidos corporais, tem-se reconhecido o sangue como o mais importante veículo de transmissão ocupacional de vírus.

Frente a esses resultados, torna-se evidente a necessidade de se realizar um treinamento, principalmente do pessoal de enfermagem, em relação aos riscos de acidentes ocupacionais com materiais perfurocortantes, além de buscar alternativas que possam conferir maior segurança aos procedimentos realizados por esses trabalhadores.

O treinamento deve ser aplicado os funcionários que tem contato com está área, geralmente atendentes de medicamentos. É bom lembrar que para aplicar injeção na farmácia, o atendente deve ser capacitado, ou seja, deve ter feito o curso de aplicação de injeção e possuir certificado do mesmo. No Brasil temos alguns cursos que capacitam a aplicação de injetável, mas isto não dispensa o treinamento periódico do funcionário pelo farmacêutico.

Os funcionários devem receber também, orientações sobre como manusear o material e acondicionar os infectantes perfurocortantes, ou perfurocortantes, e, para isso, seguir algumas dicas de treinamento.


Dicas de Treinamento e Biosegurança:

  1. Mostre todos os materiais considerados perfurocortantes e informe a necessidade de serem descartados imediatamente após o uso; 
  2. O local adequado para o descarte de infectantes perfurocortantes deve ser em recipientes estanques, rígidos, com tampa e identificados (tipo DESCARTEX), localizados no local de sua geração;
  3. O funcionário deve ser informado como montar o recipiente rígido (tipo DESCARTEX) e qual o melhor local para coloca-lo (não deixa-lo no chão, em local úmido ou passível de respingamento);
  4. O local adequado para o descarte de infectantes não perfurocortantes deve ser o saco branco leitoso. Estes sacos são padronizados pela ABNT - NBR. 9190 e NBR 9191 de 1993. A lixeira da sala de aplicação deve dispor de pedal para evitar o contato manual com a tampa;
  5. O funcionário deve ser informado para lavar as mãos antes e após aplicar injeção;
  6. O uso de luvas é opcional, pois os riscos maiores ocorrem no caso de perfurações;
  7. Enfatizar que é expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento;
  8. Orientar que as agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente. Caso seja indispensável, a sua retirada só é permitida utilizando-se procedimento mecânico.

Os equipamentos de proteção individual são: luvas máscaras, gorros, óculos, capotes (aventais) e botas, e atendem às seguintes indicações:

  • Luvas: sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas e com áreas da pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros);
  • Máscaras, gorros e óculos de proteção: durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional;
  • Capotes (aventais): devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas;
  • Botas: proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (centros cirúrgicos, áreas de necropsias e outros).

A melhor maneira de diminuir o risco de doença ocupacional a que todos os profissionais da saúde estão expostos, em maior ou menor grau conforme seu campo de atuação, é não dar chance ao azar, utilizando-se de todas as medidas preventivas disponíveis e lutando pela implantação daquelas ainda indisponíveis.

Somos os maiores interessados em nossa saúde, portanto devemos cuidar dela. Não somos imunes às doenças e muito menos aos acidentes que podem promove-las. Os atos mais simples às vezes podem se tornar os mais perigosos se não forem tratados com o devido cuidado e respeito.

Segunda, 29 Dezembro 2014 10:00

Alergia - Causas, Sintomas e Tratamentos

Alergia ou reação de hipersensibilidade é uma resposta imunológica exagerada, que se desenvolve após a exposição a um determinado antígeno (substância estranha ao nosso organismo) e que ocorre em indivíduos suscetíveis (geneticamente) e previamente sensibilizados.

  

Causas

Principais agentes que provocam alergia ou hipersensibilidade

  • Ácaros e baratas
  • Mofo (fungos)
  • epitélio (pele) e pelos de animais (gatos e cães)
  • Esporos de fungos e pólens de flores
  • Alimentos
  • Medicamentos

 

Tipos

Alimentar

  • Leite de vaca
  • Ovos
  • Amendoim
  • Soja
  • Peixes e frutos do mar
  • Nozes

 

Pele

Manifesta-se com lesões e coceira intensa. Em alguns casos, pode ser muito grave, acometendo o corpo inteiro.

 

Nazal

A inflamação alérgica da mucosa do nariz, conhecida como rinite alérgica, pode ocorrer de forma repetida. Sua principal causa são os alérgenos inalantes, como ácaros e poeira doméstica.

 

Vias respiratórias

A asma é uma doença acompanhada de inflamação alérgica das vias respiratórias. Também é conhecida como bronquite alérgica ou bronquite asmática. É provocada, principalmente, por:
  • Alérgenos e irritantes
  • Infecções de vias aéreas
  • Exercício físico inadequado
  • Refluxo gastro-esofágico
  • Medicações e alimentos
  • Causas emocionais, como a ansiedade.

 

Ocular

A conjuntivite alérgica é a alergia mais comum, provocando irritação, vermelhidão, coceira e lacrimejamento dos olhos.

 

Principais sintomas da asma

  • Sensação de "aperto" ou opressão no peito ("peito preso")
  • Falta de ar ou cansaço
  • Chiados no peito
  • Tosse, que pode acompanhar-se de eliminação de secreção (gosma branca).

 

Principais sintomas da rinite alérgica

  • Espirros repetidos
  • coriza líquida e abundante
  • Coceira nasal insistente (ou coçam também os olhos, os ouvidos, céu da boca e garganta)
  • Mucosa nasal congestionada e narinas entupidas
  • olhos avermelhados, irritados, lacrimejando e coçando
  • Sensação de escorrimento da secreção pela parte de trás do nariz, que pode provocar pigarro ou tosse insistente
  • Alteração do olfato e do paladar
  • Tosse crônica noturna
  • Sinusite
  • Amigdalites
  • Faringites
  • Otites repetidas.
 

Tratamento de Alergia

É importante procurar um médico especialista, que irá pesquisar as causas da alergia e recomendar os remédios mais adequados para controlar a doença.

 

A otite externa é uma infecção ou irritação na pele do canal auditivo, e tem como possíveis causas diferentes tipos de germes. Por ser comum em praticantes de esportes aquáticos, também é conhecida como ‘ouvido de nadador’. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais frequente em crianças de 7 a 12 anos – sendo rara em bebês.

No verão, devido ao aumento das temperaturas e da umidade presente no ouvido externo – decorrente do maior tempo de permanência em piscina, mar, rio e lago – sua incidência aumenta em até 70%.  Além do risco de contaminação da água desses locais, a permanência contínua nestas áreas úmidas não permite o acúmulo da cera natural do canal auditivo, que o reveste e protege. Em consequência disso, podem ocorrer coceiras, provocando pequenas lesões e facilitando a ação das bactérias e fungos.

Outros hábitos podem acarretar no aparecimento da infecção, como inserir objetos dentro do ouvido e limpá-lo com hastes de algodão. Em casos mais graves, podem ocorrer complicações, como uma infecção cutânea, e ainda, lesões ósseas e cartilaginosas, denominada otite externa necrótica. Nos piores cenários, há o potencial de tornar-se fatal com infecção no sistema nervoso ou no cérebro.

Os pais precisam ficar atentos, principalmente quando o clima está quente e os casos se agravam para identificar os sintomas. Dentre os sinais estão secreção do ouvido com aparência de pus, dor de ouvido, perda auditiva, sensibilidade, coceira e, em casos mais graves, febre.

Seu diagnóstico é feito por meio da análise do histórico do paciente e exame otológico. Quando aguda, o conduto auditivo externo fica dolorido ao toque, a pele descama e é avermelhada. Ao se tornar recorrente, é importante proteger o ouvido com protetores auriculares de silicone.

Tratamento

Na maioria dos casos, a indicação terapêutica consiste no uso de antibióticos tópicos e corticosteroides para reduzir a coceira e a inflamação. Segundo Di Francesco, durante o tratamento, o contato direto do ouvido com a água deve ser evitado. Logo, mantenha distância do nado, não colocar a cabeça dentro d’água e, durante o banho, não deixar que ela entre no ouvido.

Para aliviar a dor, usam-se medicamentos de venda livre. Após isso, recomenda- se a aplicação de gotas auriculares tópicas no ouvido, necessitando permanecer com a cabeça de lado por alguns minutos. Vale ressaltar que essas alternativas não curam a doença, apenas combate a dor local.

As gotas articulares adstringentes ou à base de álcool são utilizadas quando a otite externa é recorrente, visando à prevenção da repetição do quadro. A prática não é indicada para infecção mais grave, portanto, o correto é procurar um médico para uma avaliação mais adequada.