Quarta, 29 Fevereiro 2012 15:42

28 de fevereiro: Dia Mundial de Combate e Prevenção contra a LER/DORT

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No dia 28 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção contra a LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/Doença Osteomusculares Relacionada ao Trabalho). Essa doença é um conjunto de síndromes – quadros clínicos, patologias – que atacam os nervos, músculos e tendões. Está relacionada aos movimentos repetitivos, excesso de peso, jornadas extenuantes e falta de equipamentos adequados nos locais de trabalho. Todos esses fatores interferem são determinantes para o aparecimento dessa síndrome.imagesCA24U70U

Segundo dados de 2008 do Ministério da Previdência Social, a maior incidência de LER/DORT nos períodos de outubro, novembro e dezembro de 2008, foi no setor industrial. Dos 32.112 casos da doença, a indústria liderou as estatísticas com 5.595 casos.

Os ramos de Asseio e Conservação e da Construção Civil também aparecem nesse quadro alarmante. As notificações de acidentes e de doenças profissionais estão relacionadas quase que exclusivamente a LER/DORT e traumatismos em geral, quedas, choques e escoriações.

Esses são dados oficiais porque a incidência de casos não notificados, que é uma pratica comum em muitas empresas, também é muito grande.

Outro problema enfrentado por trabalhadores que tem essa doença, é que muitas vezes esses não conseguem se afastar para o tratamento. Esse é um direito garantido em lei, mas que diversas empresas descumprem e ainda demitem ou cometem assédio moral, rotulando o trabalhador como “preguiçoso”.

images6INSS ignora situação de trabalhador

O descaso do INSS (Ministério Da Previdência Social) no atendimento ao lesionado também é outro fator a ser denunciado. Após a confirmação da doença, esses trabalhadores são encaminhados ao órgão para a realização da pericia. Esses, em muitos casos, são maltratados pelos peritos, que na maioria das vezes, não são especialista na doença da qual o lesionado esta tratando.

Isso faz com que esses trabalhadores não tenham o reconhecimento de suas doenças como doenças do trabalho, sendo-lhes negado o B-91 (Auxílio Doença Acidentário).

Outro martírio enfrentado pelos lesionados é a chamada alta programada. Ao voltar para empresa, o trabalhador muitas das vezes ainda não está curado. O médico da fábrica ou empresa devolve esse trabalhador para o INSS e este tem que entrar com um recurso.

Enquanto perdurar este recurso o trabalhador fica sem salários e só recebe se for dado provimento ao seu recurso. Isso tem levado os trabalhadores quase que à loucura e até ao suicídio.

Outra prática comum é de quando uma há uma política de cortes de funcionários nas empresas, os mais visados a serem demitidos são os lesionados, O próprio Ministério Público do Trabalho já reconheceu a irregularidade das demissões. A falta de fiscalização e omissão por parte do Ministério do Trabalho nos locais de trabalho, também é um agravante para o aumento da doença nos últimos anos.