Segunda, 31 Outubro 2016 20:38

SIEMACO-Rio e trabalhadores da Faetec se mobilizam contra 5 meses de salários atrasados

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Cinco meses de salários atrasados, dívidas diversas, energia cortada, aluguel atrasado e nome no SPC. Esta é a situação caótica dos terceirizados que prestam serviços na Faetec. Esta situação de extrema gravidade culminou em paralisação de grande parte dos trabalhadores nesta segunda (31/10). O movimento foi às ruas e interrompeu o trânsito da Rua Clarimundo de Melo, em Quintino, Zona Norte do Rio, com total apoio do Siemaco-Rio.

A mobilização teve início às 7 horas da manhã e se estendeu até às 11 horas, sob o comando do vice-presidente do Sindicato, Gilberto Cesar Alencar, juntamente com a diretora Celina, além de outros diretores que se revezavam entre Faetec e Hospital Carlos Chagas, também em situação caótica de salários atrasados. Após horas ouvindo reclamações de trabalhadores e chamando a atenção da direção da instituição com a ajuda de um carro de som, o presidente da Faetec, Tande Vieira, decidiu receber o Sindicato e dez trabalhadores que representam os funcionários numa reunião nesta terça-feira às 10 horas da manhã.

Vamos juntos negociar com a Faetec a questão dos salários e dos vales (alimentação e transportes), que não estão sendo pagos.

“Quando os trabalhadores tentaram negociar sozinhos nem foram ouvidos, então o nosso Sindicato tomou a frente dessa paralisação e agora o presidente da Faetec decidiu conversar e negociar. Acreditamos que vamos avançar para alcançar os direitos desses funcionários que sofrem há cinco meses”, explicou Gilberto Alencar, vice-presidente do Sindicato.

TERCEIRIZADOS FAZEM “BICOS” PARA SUSTENTAR FAMÍLIA

Com os salários atrasados há meses, alguns prestadores de serviço da Faetec decidiram fazer “bicos” para tentar sustentar suas famílias e pagar as contas. Este é o caso de Edson Francisco do Nascimento, Wilson Pereira Sarmento e Cristiane Alvim do Nascimento.

Os três são arrimo de família e garantem que estão se virando como podem para não faltar comida na mesa. As contas estão atrasadas, mas o pão não pode faltar. Edson e Francisco moram de aluguel e dizem que até dinheiro emprestado à família e ao banco já pediram para pagar as contas e o aluguel.

“Pedi dinheiro ao meu filho, mas já tenho conta em atraso. A Light já cortou a minha energia duas vezes”, conta Edson. Francisco afirma que já deve ao banco porque utilizou valores excedentes da conta corrente para arcar com as muitas dívidas acumuladas.

A vigia Cristiane tem casa própria, mas diz que tem trabalhado nos finais de semana em restaurantes já que mora sozinha com seu filho adolescente. “Com esse bico ganho metade do meu salário na Faetec. Salário que não está sendo pago e já vai completar seis meses. Tenho filho para alimentar e não posso ficar à espera de decisão do Governo do Estado. Mas isso é uma humilhação para todos nós que temos carteira assinada. Nem vale transporte e tíquete alimentação estamos recebendo. Apesar disso, estamos plenamente confiantes no nosso Sindicato. A diretoria tem se mostrado incansável na luta”, afirmou Cristiane.