Sexta, 15 Novembro 2019 17:01

DEMITIDOS DA FÓRMULA PASSAM NECESSIDADES ENQUANTO PRESOS OCUPAM SUAS VAGAS NO DETRAN-RJ

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Governo do Estado opta por deixar na miséria o trabalhador honesto. É uma inversão total de valores

Centenas de trabalhadores da empresa Fórmula, que prestavam serviço no Detran-RJ e foram recentemente demitidos, estão passando fome e correm risco até de despejo da casa onde moram. A denúncia chegou ao nosso Sindicato esta semana, através de ex-funcionárias da empresa.

Quem recebeu a denúncia foi o vice-presidente da Sindicato, Gilberto Cesar Alencar, que está à frente das negociações com o órgão estatal desde o mês passado. Os 523 funcionários terceirizados que atuavam no Detran foram demitidos para dar lugar a 360 presos do Sistema Carcerário do Rio, através de convênio do Governo do Estado com a Fundação Santa Cabrini, vinculada à Secretaria de Estado de Trabalho e Renda, encarregada desse tipo de ressocialização.

De acordo com a denúncia, muitos ex-funcionários estão sem dinheiro para comprar comida para suas famílias, pois ainda esperam as verbas rescisórias. Desses demitidos, segundo uma ex-funcionária, alguns pagam aluguel e já foram ameaçados de despejo por falta de pagamento. Esta trabalhadora relatou que em sua casa a energia elétrica foi cortada porque não conseguiu pagar. Os trabalhadores que estão nessa situação de calamidade foram desligados da empresa e não receberam os últimos dois meses de salário e tampouco as verbas pertinentes à extinção do contrato de trabalho.

RESCISÃO DE CONTRATO TENTA BURLAR TRABALHADORES

Anteriormente, já havia sido denunciado ao Sindicato que o aviso prévio estava com data retroativa – a empresa tentando burlar o valor a ser pago – e que não havia previsão do acerto de contas com os funcionários demitidos.

O Sindicato já está tomando as providências cabíveis, inclusive preparando ações judiciais para resguardar todos os direitos dos trabalhadores da categoria. “O que é inadmissível é ver que presos, já sustentados com o dinheiro dos nossos impostos, agora também são usados para tirar o emprego do cidadão de bem. É uma inversão de valores, uma manobra absurda com fins eleitorais", comenta Gilberto.

– O Sindicato lutará para coibir esse tipo de iniciativa desumana e impensada por parte do poder público. Não somos contra que os detentos trabalhem, mas se o cobertor é curto não é o trabalhador honesto que tem que ficar descoberto. Os presos devem trabalhar em novas frentes de trabalho criadas pelo governo – defende o presidente do SIEMACO-RIO, companheiro Meireles.