Trabalhadores da CONSTRUIR, que iniciaram paralisação ontem (02/03), estiveram no Sindicato nesta quarta-feira e fizeram diversas denúncias graves contra a empresa. Além da falta de salários e tíquete, há sucessivos casos de assédio moral e dezenas de funcionários antigos que não gozam férias há cinco anos.

"Eles fingem que não existe o direito a férias, e quando alguém pergunta sobre o assunto fica sem resposta" relatou, consternada, uma trabalhadora.

Quando o assunto é assédio moral, as denúncias também são muito graves. "Eles ameaçam transferir de setor. Um colega foi colocado sozinho para limpar nove andares. Outros recebem intimidação. A encarregada passa por nós ao lado do diretor da unidade hospitalar só para nos mostrar a proximidade da empresa com quem manda. Isso ocorre sempre. Gritam conosco, nos humilham, quase como escravos porque somos da limpeza", desabafou outra trabalhadora.

O vice-presidente do SIEMACO-RIO, Gilberto Alencar, ouviu todas as denúncias, explicou o que significa o movimento de greve e paralisação e garantiu que o Sindicato vai buscar a punição desses abusos junto à Justiça.

"A minha orientação é no sentido de que eles têm que denunciar esses abusos ao Sindicato, porque a nossa função é proteger o trabalhador contra arbitrariedades e desrespeitos às leis. Vamos à Justiça assim que essas denúncias forem formalizadas", garantiu Gilberto.

A GREVE

O estopim das denúncias teve início com a falta de pagamento e tíquete refeição desde o mês de janeiro. Cerca de 150 trabalhadores decidiram paralisar as atividades nos diversos setores onde a empresa terceirizada Construir presta serviço para a Prefeitura do Rio.

Entre os locais com as atividades já interrompidas estão o Hospital Maternidade Carmela Dutra, Maternidade Alexandre Fleming e Policlínica Rodolpho Rocco. O SIEMACO-RIO, sindicato da categoria, está apoiando a paralisação com base na Lei 7783/89, que garante os direitos dos trabalhadores firmados em Convenção Coletiva de Trabalho.